AMOR PRÓPRIO: DA ARROGÂNCIA À SERVIDÃO
AMOR PRÓPRIO: DA ARROGÂNCIA À SERVIDÃO Narciso, 43 a.C., era um jovem extremamente belo e despertava nos homens e mulheres que o via uma paixão desenfreada. Entretanto, rejeitava todos os seus pretendentes com afinco, um atrás do outro. Certo do tamanho da sua beleza, convenceu-se que ninguém estava à sua altura, e apaixonou-se pela própria figura ao vê-la refletida nas águas de um lago. Mais tarde, isso o levou a ruína. Pulamos para a metade do século XX, onde Mário Lago nos apresenta Amélia, a tal mulher de verdade. Resiliente, dedicava-se de corpo e alma à família, fazia de tudo para deixar todos alegres, mesmo que isso a aborrece. Não reclamava quando apanhava, não tinha luxo. Enfim, um ser devotado para servir. Amélia era o oposto de Narciso, mas ambos padeceram no mesmo calvário: o excesso e a falta de amor próprio. Se o tamanho da dose transforma o remédio em veneno, a analogia serve também quando o assunto é amor próprio. Para conceituar, diz-se do sentimento de dign...