ESCOLHA SUAS LUTAS
ESCOLHA SUAS LUTAS
Os Estados Unidos tiveram, por muito tempo, o maior exército constituído do planeta Terra. Mesmo com cerca de um milhão de homens ativos e treinados com tecnologia de ponta, nem isso foi suficiente para impedir reveses marcantes a eles. A derrota na Guerra do Vietnã, por exemplo, é tida como um retumbante fracasso. Se até os mais fortes batalhões perecem em algumas circunstâncias, por que será que nós humanos temos a pretensão absurda de triunfar em todas lutas empreendidas? Mero devaneio!
Perder nunca será um problema em si, pois ganha-se aprendizados riquíssimos em viés de baixa. Entretanto, corresponde um incômodo quando escolhemos mal as batalhas. O ato de viver já nos coloca frente a inúmeras situações solicitando bastante energia e atenção. Ao decidirmos lutar em vários frontes, dividimos nossos recursos e provavelmente não lograremos êxito na totalidade. Oposto a isso, concentrando o foco em poucos combates, a chance de sucesso aumenta significativamente.
Nesse ponto, ao sabermos quais são as boas lutas, pode pairar na cabeça de alguns sobre o que fazer com as outras preteridas. Simples, deixe-as! A vida é feita de decisões e renúncias. Ou seja, quando aderimos às nossas batalhas, as demais são renunciadas ou ficarão para depois, e você aceitará essa condição unicamente por não dispor de meios para mudar tal cenário. Aqui, também devemos ter a dimensão da nossa finitude e da necessidade de cativarmos a resiliência.
As batalhas dos outros, bem, a própria frase nos diz: são dos outros. Ao lidarmos com os nossos dramas, malmente temos boa iniciativa; logo, é improvável resolvermos os embaraços de terceiros. Repare que não se trata de fecharmos os olhos para as carências alheias, e sim de refletirmos a respeito do quão a pessoa pode ser capaz de resolver suas dificuldades. Orientar, mostra-se apto a ajudar, tudo isso nos cabe desde sempre, mas ser protagonista na vida de outrem é coisa de gente intrometida.
Além disso, é preciso estarmos atentos quanto aos objetivos das nossas lutas. Há um sentido presente em tudo, desde o funcionamento da natureza até a escala do som, e isso passa por suas batalhas. Constantemente se pergunte do por que está lutando, onde quer chegar e qual o preço máximo a se pagar. Sim, há um limite nessa briga e a delimitação dele é dada por você. Nesse ínterim, lembre-se da sua essência e não negocie jamais sua paz. Pois, como disse o autor: se queres algo cujo processo rouba-te a paz, então não vale a pena querê-lo.
Sobre as batalhas invisíveis, àquelas indiferentes ao controle humano e imperceptíveis ao campo sensorial da maioria, elas possuem complexidade ímpar e esbarra no entendimento que cada um tem acerca da fé. Portanto, pouco poderemos tecer sem corrermos o risco de cair em armadilhas dogmáticas. Contudo, saibamos que esses combates exigem nossa compreensão frente à sua existência e qual o papel desempenhado por nós junto a eles.
Ao passo do fim, friso, petulantemente, que a felicidade exige esforço, e nem todos estão dispostos a fazê-lo. A alegria não brota do chão como as rosas do deserto, ela surge dos problemas, das vicissitudes. Satisfação genuína e propósitos sérios, duradouros, vêm por meio das nossas batalhas. Então, saibamos escolhê-las. Chegar ao topo de uma montanha íngreme é compensador; certamente! Todavia, a felicidade, aquele sentimento inequívoco à alma, encontra-se na subida do penhasco. E aí, já escolheu suas lutas?
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