A TEORIA DOS RELACIONAMENTOS: OS MÉDIOS



A TEORIA DOS RELACIONAMENTOS: OS MÉDIOS

Seguindo em frente no estudo das relações, hoje vamos falar do Homem médio. Eles dominam os espaços na estrutura relacional por serem em maior número, e parece que esse excesso é o principal problema na hora de formar um par. Onde há muita oferta, a qualidade do produto é inferior. O dilema da posição mediana vem daí, nem ao céu (aos destacados), nem a terra (aos baixos), configura-se um limbo onde quem aí está sente-se sem saída e de fronte com a solidão. A propósito, sobre essa, quando em demasia, vira desespero, e nesse caso aceita-se qualquer coisa para viver um relacionamento.

O homem médio é aquele sujeito que não é estúpido como uma porta, mas se complica em todo assunto mais elaborado. Financeiramente ele não sobra, sobrevive com a mesma renda a vida inteira e não se incomoda com isso. Sobre o físico, é o chamado simpático; não causa espanto por onde passa, embora esteja longe de ser chamado de belo. Ele enxerga a vida tal qual uma venda frouxa em seus olhos; até vê alguns vultos com muito esforço, já o essencial foge-lhe completamente. Estando no segundo nível, seu desejo é encontrar uma mulher destacada que o aceite, mas o natural é encontrar guarita com as baixas ou, com uma dose de sorte, com as médias. Sendo assim, já estará no lucro.

Quando visa somente diversão carnal, esse tipo de homem dificilmente encontrará uma mulher média. Será no terceiro grupo, e não logo de cara, que ele terá êxito. Especificamente nessa procura, ele abrirá mão dos poucos valores que cultiva e sujeitar-se-á ao encontro fazendo vistas grossas as volubilidades da parceira casual. Também esse tipo de homem é o mais apto a ser enganado por aventureiras de plantão. Por estar exatamente no meio da cadeia relacional, a percepção dele é baixa; e isso o deixa vulnerável, sendo costumeiramente explorado de todas as formas.

Do lado feminino, a mulher média também ostenta o perfil do homem médio no que tange as características, só que suas possibilidades são mais diversificadas. A seu favor, conta a real possibilidade de envolvimento com um homem destacado, mesmo sendo breve. Seus parceiros jamais serão do terceiro nível, e quando forem os do segundo, ela escolherá o melhorzinho possível. Contudo, a mulher média, tendo a sorte de ter nascido com uma beleza razoável, terá condições de transitar no primeiro nível, buscando, em um golpe do acaso, fisgar algum menos exigente.

Normalmente, a mulher média vai rejeitar um homem médio. Ela quer alguém destacado. Esse tipo de constatação é verificável facilmente. Há muitos homens médios que estão solteiros por imposição do mercado, e muitas mulheres médias dividindo homens destacados. Tal  afirmação é óbvia! Para uma mulher média, é mais vantajoso compartilhar um destacado do que ser a única de um médio, pois há uma perspectiva de crescimento para ela no futuro na primeira relação. E mesmo que isso não ocorra, ela desfrutou de um papel de destaque, ao menos na cabeça dela tudo isso faz sentido. Entretanto, também preciso dizer que há homens médios que não querem mulheres médias. Entre uma média e a solteirice, esses caras escolhem a segunda opção.

A mulher média ostenta um repertório de parceiros notável, e na hora da conquista essa condição pesa. Talvez seja um dos efeitos colaterais que o empoderamento feminino traz, algumas mulheres tropeçam na pauta e sofrem reveses. Com o advento da internet e a propagação instantânea das informações, cada vez mais os homens estão  ficando exigentes e deixando de ser reféns " do faço qualquer coisa por uma ficada". E essa bomba estoura nas mãos das mulheres médias, pois, ao não terem acesso aos destacados com frequência desejada, e ao rejeitarem fortemente os baixos, se veem obrigadas a tentar com os médios, mas com pouco poder de barganha para comandar a relação.

Entre o homem e a mulher em estágio médio, as condições momentâneas talvez estejam em pé de igualdade na dificuldade de progredir em um relacionamento. O VSM  de ambos flutua na mesma faixa e geralmente é marcado pela insegurança. As pessoas desse nível têm autoestima oscilante e necessitam do outro justamente para ele dar a confiança nessas e em outras questões. A mulher, por exemplo, busca em um homem, seja médio ou não, essa segurança para ela lidar com os seus próprios dramas. E definitivamente insegurança não é um atributo atrativo.    

Talvez para os médios faltem mais autoconhecimento para assim melhorarem seus pontos fracos e galgarem relações, de fato, exitosas. Não existe estabilidade na pirâmide relacional, logo, há progressão e também rebaixamento, tudo dependendo do quão empenhado o individuo esteja em evoluir. Se não é fácil a vida dos médios, imagina como está as andanças daqueles que estão no sopé do morro. Aliás, é sobre esses que vamos falar no nosso próximo encontro. A jornada dos baixos: tristezas e infortúnios dos que estão fora do jogo. 





 



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