VOCÊ NÃO É OBRIGADO SUPRIR AS EXPECTATIVAS DOS OUTROS



VOCÊ NÃO É OBRIGADO SUPRIR AS EXPECTATIVAS DOS OUTROS

Por Rôney Araújo


Talvez o maior desperdício de tempo é fazer as coisas por obrigação, em um claro atentado contra o desejo genuíno frente à contradição da vontade. Não me refiro às coisas supérfluas, rotineiramente desenvolvidas e impostas a nós; mas sim àquelas que nos sujeitamos a fazer para suprir as expectativas de terceiros. São essas, de fato, as responsáveis por nos tornar autômatos e prontos aos comandos externos. Alguns deveres são fundamentais para a boa convivência em sociedade, mas há outros que não.  

Um exemplo disso seria essa estória de estar feliz sempre. Não há decreto presidencial exigindo que as pessoas estejam em constância felicidade. A vida é feita de altos e baixos e sem problemas você acordar em um dia com o céu cinzento. Não somos obrigados a ser felizes no trabalho que nos suga até a última partícula da alma, nem tampouco em um relacionamento ruído. Podemos nos inquietar de vez em quando, ou quando nos apetecer, mas sem nunca deixar esse sentimento ser o norte da nossa vida.

Ninguém precisa buscar ser perfeito. Isso é ideia de tolo. Notadamente somos seres limitados e, no âmbito das nossas imperfeições, é que se condiciona a oportunidade de aprimorarmos como humanidade. Óbvio que existem outros meios de crescermos sem, necessariamente, passarmos pelo erro, mas é nele o nascituro das experiências tão salutares à nossa caminhada e as validações geradas dos processos daí decorridos. Comece a se preocupar quando o erro não lhe fizer uma pessoa melhor.

Evidente que parte do problema em atender os anseios dos outros passa, também, pela intensa pressão de estarmos padronizados frente a um modelo preconizado pela sociedade. Quase tudo nos é imposto: como se vive, no que acreditar, como falar, etc., e até, pasmem, obriga-nos a sempre dizer sim. Voltamos à ideia do início do texto: querem-nos como máquinas, escravas e automatizadas; ao mesmo tempo que matam, pouco a pouco, nossa espontaneidade e demais raízes fulcrais à condição humana.

Rompa com tudo isso. Diga não, todas vezes que achar conveniente. Aprenda a ter cuidado consigo, mesmo que para o outro isso seja errado. Sobre o outro, não se sacrifique por ele, pois não é sua obrigação viver a vida dele. Todos devemos passar por dores e alegrias, isso é inerente a nós. E se ao adotar essa postura as pessoas não te entenderem ou se afastarem, estará tudo bem. Cada um com suas escolhas. Viemos para cá só e voltaremos em igual estado, e isso já é o bastante para compreendermos que a tal da felicidade reside em nós, unicamente.

Cada pessoa tem sua própria concepção de felicidade. Não existe tempo certo para se formar, casar e ter filhos. Aliás, não existe nem a obrigação sobre essas coisas. Não importa se vão falar que você ficou para titia, se o filho do vizinho já está pós-graduado ou se a profissão que você escolheu não é a mais lucrativa. O cabelo é seu! Pinte da cor que você quiser. Ame quem você quiser. Sabendo respeitar o limite dos outros, faça o que você quiser. Quem decide o momento de ir atrás de um sonho é você, e de desistir também. Não é seu dever superar as expectativas dos outros. Por isso, livre-se dessa sensação de frustração que causa uma dor que não precisa doer.


 

 


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